Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Queda do Idoso


A última queda


A queda de um idoso pode ser considerada um evento de alerta, um importante marcador do declínio de suas funções. Na população geriátrica são responsáveis por 70% das mortes acidentais em pessoas acima de 75 anos.

 O número de quedas aumenta gradativamente com a idade. No Brasil 30% de pessoas acima de 65 anos sofrem pelo menos uma queda ao ano, índice que aumenta para 51% para os acima de 85 anos.

Mais de 70% das quedas ocorrem em casa. Uma queda aparentemente inocente pode ter consequências desastrosas em pacientes idosos. Qualquer fratura pode ser potencialmente fatal, por isso, além de merecer uma atenção importante, deve ser prevenida.

Existem muitas alterações fisiológicas que ocorrem com a senilidade: redução de visão, audição e  reflexos, e perdas neuromusculares; além do surgimento do sedentarismo. Outras alterações podem ser causadas por doenças (como Parkinson e artroses, por exemplo), e/ou com uso de medicamentos (tais como anti-hipertensivos, sedativos, e outros).  Nossa própria percepção das alterações é amenizada com o tempo, pois vamos nos adaptando gradualmente a nossas deficiências e limitações. O paciente idoso não percebe que o tempo necessário para atravessar a rua aumentou, que seu equilíbrio é deficiente e que sua marcha é mais lenta. E, principalmente, não aceita suas limitações, sendo muito resistente a qualquer tipo de mudança em seu cotidiano, assim como em relação a cuidados prestados por terceiros.


Fig2 – Alterações causadas pela osteoporose em mulheres




Alguns fatores não podem ser alterados. Entretanto, até metade das quedas do idoso poderiam ser evitadas com algumas atitudes simples:

1-    Controle ambiental
2-    Controle de patologias
3-    Atividades regulares


Controle ambiental
A atenção principal deve ser voltada à residência do idoso, onde existe o maior risco de queda. Cada cômodo deve ser verificado, assim como suas adjacências: portarias, sacadas, jardins, escadarias próximas, etc. Todos os ambientes devem ser muito bem iluminados e sem obstáculos. A presença de tapetes, móveis baixos e irregularidades são riscos para o paciente, e devem ser retirados.
 Degraus devem ser devidamente marcados com cores fortes e vibrantes para chamar a atenção. Corrimãos/ barras e pisos antiderrapantes em corredores e banheiros são aconselháveis. O acesso ao banheiro merece apoios adequados e iluminação, esta especialmente para o período noturno, quando o idoso se levanta sonolento e às vezes desorientado.
 O idoso deve usar calçados adequados e vestimentas que permitam seu deslocamento sem restrição. Objetos de uso cotidiano devem permanecer em um local de fácil alcance, assim como um telefone para emergências. Idosos que vivem sozinhos possuem um risco aumentado, pois não têm a ajuda de alguém que minimize ou mesmo evite o risco de quedas, e se esta acontece, não obtêm socorro imediato.

Fig3 - Queda dentro de casa. O idoso pode ficar sem socorro e incapacitado de buscar ajuda.






Fig 4 – Mecanismo de fratura do quadril


Controle de Patologias

Todo paciente idoso deve estar em dia com seus exames de rotina e com sua medicação ajustada. Por exemplo: uma medicação para hipertensão mal ajustada pode causar queda na pressão arterial, o que pode levar a uma queda. A avaliação da acuidade visual e auditiva pelo menos uma vez ao ano, assim como a avaliação geriátrica global com medidas corretivas, é essencial.



Exercícios regulares

Qualquer exercício físico regular é benéfico para a melhora do equilíbrio e da marcha, do fortalecimento muscular e da amplitude articular. Idosos que mantêm atividade regular minimizam as chances de cair, e aumentam a densidade óssea, o que reduz o risco de fraturas. A mente também deve ser estimulada com terapias ocupacionais, contato constante com amigos ou familiares e novos desafios. Uma mente sedentária simplesmente atrofia.

Fig5 - Ex-piloto da RAF pedalando aos 85 anos



Fig6 - Exercicios regulares melhoram a qualidade de vida.

Concluindo, a queda do paciente senil  ainda permanece como a sexta causa de morte em idosos por ser de difícil prevenção. Exige uma abordagem multidisciplinar e um novo conceito de saúde do idoso. A ruptura do cotidiano e sensação de decadência podem gerar  uma resistência e aversão a mudanças, impedindo a  prevenção de quedas. 
Estas medidas devem ser realizadas após a percepção compreensiva da realidade, levando-se em conta as possibilidades e limitações em cada situação, com o objetivo de manter as habilidades físicas e mentais da pessoa.  Prevenir salva vidas.


           

Sem comentários:

Enviar um comentário