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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pé diabético

Pé diabético

A diabetes é uma doença comum e prevalente na população geral. Permanece nos dias de hoje como uma das principais causas de amputação de membros. Cerca de 50% das amputações não traumáticas são causadas pela diabetes.












O paciente diabético sofre uma perda de sensibilidade, principalmente nas extremidades (mãos e pés). A neuropatia diabética (perda de sensibilidade), perda de impulsos do sistema nervoso periférico, se apresenta de forma gradual e lenta, sendo facilmente negligenciada pelo paciente. A ausência da dor, a falta de alerta de “algo errado” no pé pode levar ao surgimento de calos, úlceras e feridas.

Os sinais iniciais são
·      Inchaço
·      Vermelhidão
·      Dor
·      Feridas
·      Calosidades

A cicatrização do diabético é debilitada. Existe uma menor capacidade de cicatrização do tecido, sendo necessário maior tempo para a melhora de feridas e úlceras. Uma pequena ferida pode facilmente evoluir para uma gangrena e necrose (morte do tecido).

Essas feridas, mesmo que pequenas, podem ser facilmente infectadas com germes comuns, presentes no ambiente, pois o sistema imune também fica debilitado pela diabetes.

Qualquer calosidade indica um ponto de atrito da pele, e deve ser pesquisada sua causa. A causa mais comum dessas deformidades é o uso de calçado inadequado. Sapatos com costuras ásperas, solados duros, bordas rígidas, bicos finos ou pontudos devem ser evitados.

Alguns cuidados com o pé diabético

·      lavar os pés no banho (de preferência sentado), atentando para a limpeza criteriosa entre os dedos
·      secar cuidadosamente entre os dedos, o que evita micoses
·      inspecionar ambos os pés após o banho em busca de qualquer ferida, aparecimento de manchas ou de calosidades (um pequeno espelho pode ser útil)
·      manter os pés hidratados, o que evita o ressecamento e a fragilidade cutânea
·      manter uma boa higiene e corte adequado das unhas
·      verificar o interior de calçados quanto a saliências e locais com maior atrito, e se necessário mudar o calçado
·      escolher sapatos novos com modelação adequada aos pés e utilizá-los a princípio por curtos períodos, (cerca de uma hora)  até que sejam amaciados
·      evitar de colocar os pés onde possam se queimar acidentalmente (areia quente da praia, banheira com água quente, lareira, etc.)
·      trocar as meias todos os dias
·      Utilizar talco em caso de transpiração nos pés
·      Tratar e observar atentamente qualquer ferida (arranhão, pequenos cortes, hematomas) que surja


Todos esses cuidados são simples e efetivos. O aparecimento de um ferimento no pé pode ser detectado e tratado precocemente, evitando complicações mais graves de difícil tratamento.

Muitos pacientes têm dificuldade de examinar os próprios pés. Um pequeno espelho pode ajudar a visualizar algumas áreas.

A prevenção  também inclui o tratamento da doença de base, no caso, a diabetes. A simples perda de peso ajuda a controlar a glicemia. A prática de exercícios regulares aumenta a exposição de receptores de insulina no tecido muscular, aumentando a captação muscular da glicose. Dieta e exercícios regulares devem ser estimulados.

Algumas complicações  do descontrole glicêmico

·      perda de sensibilidade
·      maior risco de infecções (reduz imunidade)
·      problemas oculares (retinopatia)
·      lesões renais
·      maior risco de morte por doença cardíaca

 A atenção deve ser constante, uma vez que a diabetes é uma doença silenciosa. Sintomas de lesões nos pés podem aparecer de forma gradual, sem dor, e serem percebidos apenas tardiamente, já com comprometimento avançado. O paciente diabético tem um risco 20 vezes maior de desenvolver uma úlcera no pé. 

Pequenas atitudes, se somadas, podem prevenir grandes complicações.  A prevenção é essencial para a saúde do diabético.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Cuidados para cirurgia


Cuidados Pré operatórios



Cirurgia Eletiva

Procedimentos cirúrgicos eletivos (programados) podem ser planejados com antecedência. Qualquer dúvida sobre o procedimento deve ser esclarecido com seu cirurgião. Tempo provável de internação pode variar dependendo das condições clínicas apresentadas no pós operatório. Cirurgias de grande porte ou com pacientes com problemas de saúde podem necessitar de um CTI para melhor acompanhamento.

Procedimentos anestésicos também devem ser discutidos com anestesista. Qualquer dificuldade em procedimento anestésico ou complicação anterior deve ser relatada.
Qualquer doença (gripe, alergias, sinusites, diarréias, condições emocionais) devem ser relatadas e podem ser motivo para adiamento do procedimento cirúrgico.



O preparo adequado é essencial para um bom pós-operatório. O ideal é que o paciente seja preparado para chegar nas melhores condições clinicas para seu procedimento. Algumas medicações devem ser suspensas antes de procedimentos cirúrgicos, (ex: AAS, aspirina), inclusive fitoterápicos (ex: ginko biloba), pois podem alterar o efeito de medicações per operatórias, interferir com a coagulação sanguínea entre outros efeitos.Pergunte sempre ao cirurgião em relação ao uso de medicações principalmente relacionadas a anti-coagulação. 

Um programa de exercicios fisicos para fortalecimento muscular antes de uma artroplastia pode reduzir o tempo necessario para voltar a atividades cotidianas. Dependendo do motivo e porte da cirurgia é essencial o jejum pré-operatorio de 8 a 12h antes do procedimento com anestesia. (Sem ingerir qualquer tipo de alimento ou liquido). Tabagistas devem tentar parar ou reduzir a quantidade de cigarros. O fumo interfere diretamente na cicatriz operatória, aumentando as chances de necrose e infecção.

Ao se preparar para internação verifique os seguintes itens:

Risco cirúrgico

Termo de consentimento para procedimento – (padrão na maioria dos hospitais hoje)

Lista de medicamentos utilizados

Exames pré-operatorios, inclusive exames de imagem

Documentos do plano de saúde
Em caso de crianças e idosos uma pessoa responsável (familiar)

Valores referentes a Anestesia

Tempo de Jejum antes do procedimento

Produtos de higiene pessoal

Imobilizador/muletas/andador (caso necessário)

Preparar a casa para receber o paciente

O paciente deve também se planejar adequadamente para seu pos operatório antes da cirurgia. Ter conhecimento do que deve ser feito no pós operatório aumenta a tranqüilidade do paciente.

Por exemplo: uma artroplastia de quadril no idoso.
Alguns cuidados deve ser tomados:

No pos operatório normalmente o paciente permanece no CTI  (o quarto fica disponível para outro paciente se internar)
No transporte para casa, após alta, pode ser necessário uso de ambulância.
Em casa, um cuidador ou auxiliar de enfermagem contratado para ajudar nas tarefas cotidianas talvez seja necessario.
Andador e cadeira higiênica para deslocamento.
Uso de almofada de dupla abdução.
Fisioterapia para iniciar treino de marcha.
Cuidados com curativo operatório diariamente
Sinais e sintomas de alerta
Data para retorno ambulatório/retirada dos “pontos”
Medicação para analgesia (dor)/profilaxia para trombose.


Esses cuidados podem ser providenciados pré-operatoriamente  evitando complicações ou falta de orientações. Expectativas devem ser compatíveis e realistas com procedimento.  Essas pequenas atitudes podem se somar e reduzir a ansiedade do paciente e seus familiares, tendo o resultado de uma recuperação mais eficiente e precoce.