Pé diabético
A diabetes é uma doença comum e prevalente na população geral. Permanece nos dias de hoje como uma das principais causas de amputação de membros. Cerca de 50% das amputações não traumáticas são causadas pela diabetes.
O paciente diabético sofre uma perda de sensibilidade, principalmente nas extremidades (mãos e pés). A neuropatia diabética (perda de sensibilidade), perda de impulsos do sistema nervoso periférico, se apresenta de forma gradual e lenta, sendo facilmente negligenciada pelo paciente. A ausência da dor, a falta de alerta de “algo errado” no pé pode levar ao surgimento de calos, úlceras e feridas.
Os sinais iniciais são
· Inchaço
· Vermelhidão
· Dor
· Feridas
· Calosidades
A cicatrização do diabético é debilitada. Existe uma menor capacidade de cicatrização do tecido, sendo necessário maior tempo para a melhora de feridas e úlceras. Uma pequena ferida pode facilmente evoluir para uma gangrena e necrose (morte do tecido).
Essas feridas, mesmo que pequenas, podem ser facilmente infectadas com germes comuns, presentes no ambiente, pois o sistema imune também fica debilitado pela diabetes.
Qualquer calosidade indica um ponto de atrito da pele, e deve ser pesquisada sua causa. A causa mais comum dessas deformidades é o uso de calçado inadequado. Sapatos com costuras ásperas, solados duros, bordas rígidas, bicos finos ou pontudos devem ser evitados.
Alguns cuidados com o pé diabético
· lavar os pés no banho (de preferência sentado), atentando para a limpeza criteriosa entre os dedos
· secar cuidadosamente entre os dedos, o que evita micoses
· inspecionar ambos os pés após o banho em busca de qualquer ferida, aparecimento de manchas ou de calosidades (um pequeno espelho pode ser útil)
· manter os pés hidratados, o que evita o ressecamento e a fragilidade cutânea
· manter uma boa higiene e corte adequado das unhas
· verificar o interior de calçados quanto a saliências e locais com maior atrito, e se necessário mudar o calçado
· escolher sapatos novos com modelação adequada aos pés e utilizá-los a princípio por curtos períodos, (cerca de uma hora) até que sejam amaciados
· evitar de colocar os pés onde possam se queimar acidentalmente (areia quente da praia, banheira com água quente, lareira, etc.)
· trocar as meias todos os dias
· Utilizar talco em caso de transpiração nos pés
· Tratar e observar atentamente qualquer ferida (arranhão, pequenos cortes, hematomas) que surja
Todos esses cuidados são simples e efetivos. O aparecimento de um ferimento no pé pode ser detectado e tratado precocemente, evitando complicações mais graves de difícil tratamento.
Muitos pacientes têm dificuldade de examinar os próprios pés. Um pequeno espelho pode ajudar a visualizar algumas áreas.
A prevenção também inclui o tratamento da doença de base, no caso, a diabetes. A simples perda de peso ajuda a controlar a glicemia. A prática de exercícios regulares aumenta a exposição de receptores de insulina no tecido muscular, aumentando a captação muscular da glicose. Dieta e exercícios regulares devem ser estimulados.
Algumas complicações do descontrole glicêmico
· perda de sensibilidade
· maior risco de infecções (reduz imunidade)
· problemas oculares (retinopatia)
· lesões renais
· maior risco de morte por doença cardíaca
A atenção deve ser constante, uma vez que a diabetes é uma doença silenciosa. Sintomas de lesões nos pés podem aparecer de forma gradual, sem dor, e serem percebidos apenas tardiamente, já com comprometimento avançado. O paciente diabético tem um risco 20 vezes maior de desenvolver uma úlcera no pé.
Pequenas atitudes, se somadas, podem prevenir grandes complicações. A prevenção é essencial para a saúde do diabético.
|
As informações contidas no blog são orientações relacionadas a assuntos ortopédicos e destinadas a esclarecer dúvidas. Não tem como objetivo servir de consulta pela internet. Em caso de dúvidas procure seu médico de confiança.
Pesquisar neste blogue
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Pé diabético
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário