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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Cuidados pós operatórios com ferida cirúgica




Dicas

1. Não tenha medo de higienizar a ferida. Todo resíduo de sangue , pele e esparadrapos devem ser removidos


2. Tome banho com sabonete neutro ou clorexidina 2%, sobre a ferida, limpando-a bem. A
higienização deve ser feita sempre que tomar banho ou quando por qualquer motivo o curativo sujar.

3. Importante evitar que a ferida entre em contato com urina – a verificação da fralda que cobre a ferida operatória deve ser realizada frequentemente principalmente em pacientes que ficam acamados. Evitar o contato com fezes e urina na ferida.

4. Troca do curativo deve ser no mínimo diária .Limpeza com alcool 70% líquido, cobertura com gaze e esparadrapos. Lave as mãos antes e depois do procedimento. Se possível utilize luvas para procedimento.
.
5. Enxugue bem, sem deixar a ferida úmida. No período de inverno, quando se usa mais roupa, isso é ainda mais importante. A umidade contribui muito para a infecção.

6. Para secar a ferida, use sempre uma toalha separada daquela que usa para o restante do corpo após o banho.

7. Se a ferida tiver uma boa cicatrização, não há necessidade de cobrí-la (normalmente após a retirada da sutura)

8. Para a limpeza dos resíduos de esparadrapo e da cola que fica no local, passe um óleo ao redor da ferida. Pode ser de girassol ou amêndoa. (ex :Dersani) Passe com cuidado, usando gaze Limpe bem e sem medo.

9. Os mesmos óleos podem ser usados quando houver a formação da chamada “casquinha da ferida”, a fim de deixar a pele sempre bem hidratada.

10. Se houver dor no local, calor, vermelhidão ou febre procure seu médico, que poderá orientar e conduzir da melhor forma, inclusive sobre a necessidade ou não de medicação. Contudo, não deixe de fazer a higienização da ferida operatória.

Exemplo alcool 70%

Observações

1.Uso de anticoagulantes
Pacientes em uso de anticoagulantes para prevenção de trombose venosa profunda (ex xarelto, clexane, versa, etc) podem apresentar hematomas em ferida durante o período pós operatório.
2. Pacientes diabéticos
Pacientes com a diabetes descontrolada (aumento da glicose acima do normal) afeta o sistema imune e os processos de cicatrização. Qualquer pós operatório sem o controle adequado da glicemia aumenta muito o risco de infecção e de complicações da ferida operatória.

3. Pacientes obesos
Pacientes com muita gordura no local da cicatriz cirúrgica podem apresentar maior volume de secreção pela ferida. Seja pela lipólise local ( liberação de gordura das células traumatizadas) ou pelo maior espaço morto (espaço que pode coletar hematoma).

4. Hematomas
Hematomas podem ocorrer próximos ao local da cirurgia e migrar devido a ação da gravidade. (Ex. uma fratura de úmero pode ocasionar um hematoma que seja visível no cotovelo ou antebraco). A coloração roxa muda para esverdeado e posteriormente amarelado conforme o tempo.

5. Mobilização
Quando for possível e a dor tolerável a mobilização precoce deve ser estimulada. A contração muscular estimula a redução do edema (inchaço local) e reduz estagnação de líquidos no local.

6. Nutrição
Pacientes com desnutrição, anemia, hipovitaminose, tabagistas, etc (ex: idosos, doenças hepáticas, etilismo, fumantes, etc), estão com maior risco de complicações. Em alguns casos a dieta suplementar pode ser indicada. O uso de cigarro deve ser suspenso com acompanhamento psiquiátrico. O cigarro provoca redução da oferta de oxigênio em tecidos, impactando diretamente debilitando processos de cicatrização.

7. Fisioterapia respiratória
Pacientes acamados , obesos, com fratura de arcos costais, com problemas respiratórios (ex: DPOC, enfisematoso, etc) merecem atenção de fisioterapia respiratória. A estagnação e/ou a ventilação ineficaz pode aumentar as chances de pneumonia.

8. Trombose venosa
Dor, inchaço e calor em panturrilhas podem indicar trombose venosa profunda. Veias podem se tornar totalmente ou parcialmente obstruídas com coágulos devido a falta de mobilização. A soltura desses trombos (coágulos) pode ser súbita e potencialmente fatal. Mesmo em casos com profilaxia atenção a esses sintomas deve ser constante.

9. Controle da dor
Medicações analgésicas são prescritas no pós operatório para controle da dor. A medicação de menor potencia deve ser iniciada e associada a outras conforme necessidade. A utilização de medicações mais potentes podem causar mais efeitos colaterais e/ou tolerância medicamentosa, reduzindo a quantidade de opções terapeuticas.

10. Observações gerais
Cada paciente reage diferente ao processo de recuperação. Uma noção clara dos objetivos e da programação de reabilitação ajuda a manter um contato com a realidade, não criando expectativas fantasiosas ou frustrações desnecessárias. Nosso corpo assim como a mente tem seu tempo para cicatrizar independente de trabalho, calendário, viagem e compromissos. Inicialmente pequenos passos dentro das possibilidades podem levar a consistência para uma recuperação saudável.



terça-feira, 13 de maio de 2014

Hastes Intramedulares

Hastes Intramedulares

A haste intramedular para o tratamento de fraturas de ossos longos, como tibia e fêmur, tem demonstrado uma grande evolução nas ultimas décadas. A técnica se desenvolveu principalmente no período da segunda guerra mundial. A ideia inicial era reabilitar soldados com fraturas com implantes intra ósseos, para que fosse possível retornarem ao combate em um curto espaço de tempo.

As hastes são o tratamento de escolha para fraturas no terço médio. O implante intramedular divide a carga com o osso, permitindo um retorno a atividades de forma mais precoce que tratamentos convencionais. Normalmente são fixadas com pararusos perpendiculares para evitar a rotação do eixo vertical. Técnicas e implantes evoluiram com o passar do tempo. Hoje as hastes podem ser feitas de metais como titanio ou aço cirúrgico. Ainda oferecem vantagens como: incisões cirurgicas menores e maior estabilidade axial. Seu posicionamento intra-ósseo não afeta esteticamente membros submetidos a procedimento de osteossíntese.

Abaixo segue exemplo de haste intramedular.





sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Fraturas em crianças



Tipos de fraturas em crianças


Pacientes pediátricos, em fase de crescimento ósseo, possuem características diferentes do que adultos. Existem pontos delicados, geralmente em extremidades, onde ocorre o crescimento ósseo. Biomecanicamente o osso pediátrico possui menor elasticidade, menor resistência a deformar e menor conteúdo mineral. São envoltos em um periósteo (camada espessa que é responsável por parte da vascularização óssea). Portanto fraturas em crianças podem apresentar características muito diferentes dos adultos.


Deformação Plástica

Existe uma deformação óssea sem traço aparente de fratura



Torus

Ocorre como uma fratura incompleta, compressão em zona de transição de densidade óssea.



Fratura em galho verde

Existe uma fratura porem sem propagar completamente pelo osso, semelhante a quebra incompleta de um “galho verde”.



Fratura Completa

Fraturas com perda de continuidade de cortical óssea total.

Atenção e cuidados devem ser tomados para que fraturas pediátricas seja detectadas precocemente e tratadas adequadamente.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Osteonecrose Quadril



Osteonecrose do Quadril





O osso é um tecido vivo e necessita de sangue como qualquer outro órgão para seu funcionamento adequado. Quando ocorre uma falha no aporte de sangue para o osso pode ocorrer uma necrose óssea, ou seja, morte das células do osso.  
Quando ocorre na região do quadril (cabeça femoral) podemos chamar de osteonecrose do quadril. As células sem vascularização então morrem, perdendo resistência mecânica com colapso estrutural da cabeça femoral e degeneração precoce.

Figura 2 Vascularização cabeça femoral

   
Geralmente a história clínica pode se apresentar com dor intensa no quadril e limitação do movimento de forma progressiva. Acomete na maioria homens caucasianos, entre 30 a 50 anos e pode acometer bilateralmente 50% dos casos. Diagnostico precoce é essencial para um bom resultado. Exames de imagem podem confirmar o diagnostico (raios-X, tomografia computadorizada e ressonância magnética). 

Figura 3 - corte sagital do femur
 
O tratamento precoce  cirúrgico, para evitar a evolução degenerativa, pode salvar o quadril de uma doença avançada. Dependendo da fase da doença o tratamento cirúrgico é diferente. Em casos nos qual a cabeça femoral permanece sem colapso e esférica é indicada a foragem com descompressão da cabeça femoral. Quando existe o colapso e degeneração avançada a artroplastia do quadril é o tratamento padrão.

Figura4 - foragem descompresiva

Durante o acompanhamento devem ser tomadas outras medidas como observar o lado contra-lateral. Evitar qualquer estresse fisiológico ou mecânico do lado “silencioso” sem sintomas.



figura 5 - quadril em risco contralateral

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pé diabético

Pé diabético

A diabetes é uma doença comum e prevalente na população geral. Permanece nos dias de hoje como uma das principais causas de amputação de membros. Cerca de 50% das amputações não traumáticas são causadas pela diabetes.












O paciente diabético sofre uma perda de sensibilidade, principalmente nas extremidades (mãos e pés). A neuropatia diabética (perda de sensibilidade), perda de impulsos do sistema nervoso periférico, se apresenta de forma gradual e lenta, sendo facilmente negligenciada pelo paciente. A ausência da dor, a falta de alerta de “algo errado” no pé pode levar ao surgimento de calos, úlceras e feridas.

Os sinais iniciais são
·      Inchaço
·      Vermelhidão
·      Dor
·      Feridas
·      Calosidades

A cicatrização do diabético é debilitada. Existe uma menor capacidade de cicatrização do tecido, sendo necessário maior tempo para a melhora de feridas e úlceras. Uma pequena ferida pode facilmente evoluir para uma gangrena e necrose (morte do tecido).

Essas feridas, mesmo que pequenas, podem ser facilmente infectadas com germes comuns, presentes no ambiente, pois o sistema imune também fica debilitado pela diabetes.

Qualquer calosidade indica um ponto de atrito da pele, e deve ser pesquisada sua causa. A causa mais comum dessas deformidades é o uso de calçado inadequado. Sapatos com costuras ásperas, solados duros, bordas rígidas, bicos finos ou pontudos devem ser evitados.

Alguns cuidados com o pé diabético

·      lavar os pés no banho (de preferência sentado), atentando para a limpeza criteriosa entre os dedos
·      secar cuidadosamente entre os dedos, o que evita micoses
·      inspecionar ambos os pés após o banho em busca de qualquer ferida, aparecimento de manchas ou de calosidades (um pequeno espelho pode ser útil)
·      manter os pés hidratados, o que evita o ressecamento e a fragilidade cutânea
·      manter uma boa higiene e corte adequado das unhas
·      verificar o interior de calçados quanto a saliências e locais com maior atrito, e se necessário mudar o calçado
·      escolher sapatos novos com modelação adequada aos pés e utilizá-los a princípio por curtos períodos, (cerca de uma hora)  até que sejam amaciados
·      evitar de colocar os pés onde possam se queimar acidentalmente (areia quente da praia, banheira com água quente, lareira, etc.)
·      trocar as meias todos os dias
·      Utilizar talco em caso de transpiração nos pés
·      Tratar e observar atentamente qualquer ferida (arranhão, pequenos cortes, hematomas) que surja


Todos esses cuidados são simples e efetivos. O aparecimento de um ferimento no pé pode ser detectado e tratado precocemente, evitando complicações mais graves de difícil tratamento.

Muitos pacientes têm dificuldade de examinar os próprios pés. Um pequeno espelho pode ajudar a visualizar algumas áreas.

A prevenção  também inclui o tratamento da doença de base, no caso, a diabetes. A simples perda de peso ajuda a controlar a glicemia. A prática de exercícios regulares aumenta a exposição de receptores de insulina no tecido muscular, aumentando a captação muscular da glicose. Dieta e exercícios regulares devem ser estimulados.

Algumas complicações  do descontrole glicêmico

·      perda de sensibilidade
·      maior risco de infecções (reduz imunidade)
·      problemas oculares (retinopatia)
·      lesões renais
·      maior risco de morte por doença cardíaca

 A atenção deve ser constante, uma vez que a diabetes é uma doença silenciosa. Sintomas de lesões nos pés podem aparecer de forma gradual, sem dor, e serem percebidos apenas tardiamente, já com comprometimento avançado. O paciente diabético tem um risco 20 vezes maior de desenvolver uma úlcera no pé. 

Pequenas atitudes, se somadas, podem prevenir grandes complicações.  A prevenção é essencial para a saúde do diabético.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Cuidados para cirurgia


Cuidados Pré operatórios



Cirurgia Eletiva

Procedimentos cirúrgicos eletivos (programados) podem ser planejados com antecedência. Qualquer dúvida sobre o procedimento deve ser esclarecido com seu cirurgião. Tempo provável de internação pode variar dependendo das condições clínicas apresentadas no pós operatório. Cirurgias de grande porte ou com pacientes com problemas de saúde podem necessitar de um CTI para melhor acompanhamento.

Procedimentos anestésicos também devem ser discutidos com anestesista. Qualquer dificuldade em procedimento anestésico ou complicação anterior deve ser relatada.
Qualquer doença (gripe, alergias, sinusites, diarréias, condições emocionais) devem ser relatadas e podem ser motivo para adiamento do procedimento cirúrgico.



O preparo adequado é essencial para um bom pós-operatório. O ideal é que o paciente seja preparado para chegar nas melhores condições clinicas para seu procedimento. Algumas medicações devem ser suspensas antes de procedimentos cirúrgicos, (ex: AAS, aspirina), inclusive fitoterápicos (ex: ginko biloba), pois podem alterar o efeito de medicações per operatórias, interferir com a coagulação sanguínea entre outros efeitos.Pergunte sempre ao cirurgião em relação ao uso de medicações principalmente relacionadas a anti-coagulação. 

Um programa de exercicios fisicos para fortalecimento muscular antes de uma artroplastia pode reduzir o tempo necessario para voltar a atividades cotidianas. Dependendo do motivo e porte da cirurgia é essencial o jejum pré-operatorio de 8 a 12h antes do procedimento com anestesia. (Sem ingerir qualquer tipo de alimento ou liquido). Tabagistas devem tentar parar ou reduzir a quantidade de cigarros. O fumo interfere diretamente na cicatriz operatória, aumentando as chances de necrose e infecção.

Ao se preparar para internação verifique os seguintes itens:

Risco cirúrgico

Termo de consentimento para procedimento – (padrão na maioria dos hospitais hoje)

Lista de medicamentos utilizados

Exames pré-operatorios, inclusive exames de imagem

Documentos do plano de saúde
Em caso de crianças e idosos uma pessoa responsável (familiar)

Valores referentes a Anestesia

Tempo de Jejum antes do procedimento

Produtos de higiene pessoal

Imobilizador/muletas/andador (caso necessário)

Preparar a casa para receber o paciente

O paciente deve também se planejar adequadamente para seu pos operatório antes da cirurgia. Ter conhecimento do que deve ser feito no pós operatório aumenta a tranqüilidade do paciente.

Por exemplo: uma artroplastia de quadril no idoso.
Alguns cuidados deve ser tomados:

No pos operatório normalmente o paciente permanece no CTI  (o quarto fica disponível para outro paciente se internar)
No transporte para casa, após alta, pode ser necessário uso de ambulância.
Em casa, um cuidador ou auxiliar de enfermagem contratado para ajudar nas tarefas cotidianas talvez seja necessario.
Andador e cadeira higiênica para deslocamento.
Uso de almofada de dupla abdução.
Fisioterapia para iniciar treino de marcha.
Cuidados com curativo operatório diariamente
Sinais e sintomas de alerta
Data para retorno ambulatório/retirada dos “pontos”
Medicação para analgesia (dor)/profilaxia para trombose.


Esses cuidados podem ser providenciados pré-operatoriamente  evitando complicações ou falta de orientações. Expectativas devem ser compatíveis e realistas com procedimento.  Essas pequenas atitudes podem se somar e reduzir a ansiedade do paciente e seus familiares, tendo o resultado de uma recuperação mais eficiente e precoce.